Publicado em: 08/02/2025

Dra. Sley Tanigawa Guimarães: “É preciso aprender a cultivar saúde muito além de cuidar de doença”

Um estilo de vida saudável é o caminho para a longevidade. De acordo com as Projeções de População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, após atingir seu máximo em 2041, o número de pessoas no país vai diminuir, chegando a 199.228.708 habitantes até 2070. Além disso, o levantamento indica que a proporção de brasileiros com mais de 60 anos quase duplicou de 2000 para 2023, totalizando 33 milhões de idosos.

“Ao mesmo tempo que acompanhamos o envelhecimento da população, também estamos possivelmente vendo a primeira geração de pessoas que vai viver menos que seus pais, uma consequência dos maus hábitos”, explica Sley Tanigawa Guimarães, professora de pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida e Mudança do Comportamento da Instituto Adapta.

Sabemos que essa mudança de hábitos é urgente e interfere positivamente na promoção da longevidade. Uma pesquisa publicada no BMJ Evidence Based Medicine sugere que um estilo de vida saudável pode neutralizar mais de 60% dos efeitos de genes que reduzem a expectativa de vida. “Transformar o estilo de vida também melhora a performance da medicação quando recomendada”, completa a médica.

Para atender essa demanda crescente com eficiência e empatia, é importante que os profissionais de saúde busquem qualificação e atualização adequada, principalmente para lidar com as necessidades de cada paciente. Na Instituto Adapta, Dra. Sley Tanigawa coordena e ministra as aulas da área visando a formação completa do aluno profissional de saúde. Conheça sua história:

Da infância à medicina acupunturista

Referência internacional em Medicina do Estilo de Vida, Dra. Sley foi pioneira no Brasil e uma das fundadoras do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. Com certificação internacional nos Estados Unidos, a médica é líder de curso da Universidade de Harvard University /Emeritus e embaixadora do Programa PAVING no Brasil, coordenando também a área dentro do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

“Meu primeiro contato com a medicina aconteceu na infância, acompanhando meu pai, que era médico acupunturista, pelos consultórios e observando a evolução de seus pacientes, que apresentavam uma melhora significativa depois de cada atendimento”, compartilha.

Durante a graduação, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Dra. Sley tentou se aproximar de outras especialidades, mas seguiu fascinada pelo olhar que seu pai tinha sobre a profissão. “Optei pela acupuntura justamente porque queria encarar a raiz dos problemas de saúde dos meus pacientes”, conta a médica.

A vivência em Harvard

“Nos bancos universitários, nós, profissionais de saúde, aprendemos a cuidar de doenças e não a cultivar saúde”.

Essa constatação gerou uma inquietação, levando Dra. Sley tempos depois até os Estados Unidos, às aulas de Lifestyle Medicine na Harvard Medical School. “O meu objetivo sempre foi fazer a diferença na vida do meu paciente e o curso me deu bagagem, com evidência científica, sobre como a alimentação, a atividade física, o sono e o gerenciamento do estresse, o uso de substâncias tóxicas e as nossas conexões estão relacionados e interferem na prevenção de doenças, além da promoção do bem-estar”, menciona.

Na volta ao Brasil, a médica sabia que precisava aplicar esses ensinamentos para o maior número de pessoas, em grande escala, para fazer a diferença e mudar o estilo de vida de comunidades inteiras. Foi aí que ela decidiu focar na educação e multiplicar esse conhecimento.

A Medicina do Estilo de Vida

A modernidade e a facilitação ao acesso proporcionaram a descoberta de antibióticos e tratamentos que previnem e cuidam de doenças, principalmente com diagnósticos cada vez mais iniciais. Entretanto, algumas ferramentas facilitadoras, e o excesso das telas, tornou a maioria dos brasileiros sedentária, consumindo um alto nível de alimentos ultraprocessados, dormindo mal e com uma baixa qualidade de saúde mental. Infelizmente, o contexto geral causa um grande impacto negativo na saúde.

“A área da Medicina do Estilo de Vida traz orientações ao profissional, mas também propõe ao paciente uma promoção do bem-estar e da saúde, envolvendo a mudança de hábitos e comportamentos. Por isso digo que, para o sucesso da jornada, é preciso haver uma conexão entre os dois lados”, destaca Dra. Sley.

“Criar um vínculo verdadeiro com o paciente, de modo que se sinta escutado, é o caminho para viabilizar o que ele precisa no momento e contexto que está, com informações corretas e que o levem a melhora da qualidade de vida”, ressalta.

O futuro do profissional

Mestranda em Educação em Saúde, Dra. Sley continua auxiliando na aprendizagem dos profissionais de saúde que buscam focar na transformação de seus pacientes. “Meus alunos sabem como sua atuação impacta positivamente a vida de seus pacientes, em um contexto mais abrangente. Meu maior trunfo é resgatar o prazer, amor e a satisfação deles pela profissão”, salienta.

Contudo, a médica ainda constata que a pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida e Mudança do Comportamento é uma área de formação terapêutica. “Os alunos enxergam a transformação de muito perto e refletem sobre os próprios hábitos, o que os incentiva a praticar o autocuidado e ampliar seu nível de consciência”, finaliza.

Conheça a Pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida e Mudança do Comportamento no Instituto Adapta:

Compartilhe este artigo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *